
"-Eu? Eu estou pendurado. Tô na pendura." Essa frase é frequentemente usada por integrantes da classe média e baixa brasileira, mas ninguém esperava que o autor da mesma fosse Silvio Santos. O multimilionário comunicador,aquele mesmo dos aviõezinhos de R$100,00, agora vê o Grupo Silvio Santos (empresa em que é o único sócio) com uma dívida de R$2,5 bilhões. A crise do banco Panamericano, carro chefe do Grupo SS, mostrou o quanto nosso sistema financeiro esta fragilizado, sem regras e sem ética.
O caso Panamericano é simples de ser explicado: falsificação nos livros contábeis. A empresa vendia ativos e não dava baixa, apresentando uma diferença em seu patrimônio de R$ 900 milhões. Como Silvio Santos quer manter o tamanho do banco, o outro R$1,6 bilhão servirá para manter o capital da empresa. Os R$ 2,5 bilhões viram do FGC (Fundo Garantidor de Crédito), uma entidade sem fins lucrativos que protege os poupadores, correntistas e investidores. A garantia de pagamento será todas as 44 empresas do Grupo SS. Fácil de ser resolvido, mas mostrou o quanto é falho nosso sistema financeiro. Quantas empresas não devem fazer? Será que o Panamericano foi (ou ainda é) o único a fazer esse tipo de crime? Obviamente que não, porém o grande problema se encontra na fiscalização. A contabilidade do banco deve ter passado pelas mãos de analistas da CVM, do Banco Central e de bancos de investimento e ninguém conseguiu apontar nenhum erro. A falta de credibilidade das agências de regulação não falharam apenas nesses caso: Agrenco, Kepler Weber e casos de informação privilegiada em diversas empresas são apenas alguns fatos que comprovam o quanto estamos a mercer de novas quebras de empresas em virtude de incompetência e corrupção dos fiscalizadores.
Mudar o sistema e fazer com que a concorrência no mercado seja perfeita e pricipalmente honesta é algo extremamente díficil, beirando o impossível, cabendo a nós, estudantes de economia, buscar uma solução para isso. Aprendemos desde cedo que nossa missão é saber lhe dar com a diversidade de escassez de uma economia, e hoje essa escassez é de dignidade, hombridade, ética e respeito.
José Rubens, tesoureiro do C.A.